← Voltar Publicado em

“G” de Guilherme Carnevalli

Texto de perfil por Erick Avezani Monteiro


“ — Ah, aquele é um fusca azul da Volkswagen”. “ — Esse parece ser um Chevrolet Ônix”. “ — Tenho certeza de que o carro que estacionou atrás de nós é um Fiat Uno”. Pois bem, essas são falas que, normalmente, os adultos costumam dizer.

Entretanto, enquanto algumas crianças passavam a maior parte do tempo descrevendo quais seus superpoderes favoritos ou imaginando serem de outro planeta, Eleonice Carnevali conta que o filho “sabia as marcas e nomes de carro que encontrava nas ruas, o que causava surpresa nas pessoas por ser tão pequeno e saber desse assunto”. Ele era o garoto dos carros.

Hoje, o bauruense Guilherme tem 18 anos. Mais maduro, foi em busca de novos aprendizados. Deixou para trás o universo automobilístico para se aventurar no esporte. Corintiano, não tem dúvidas ao elencar o momento que mais o marcou até aqui: “dia 4 de julho de 2012. Corinthians campeão da Libertadores pela primeira vez em sua história”.

Para o, agora, garoto dos esportes, a conexão com o futebol ocorre “por ser algo divertido e apaixonante, que gera muitas emoções nas pessoas, seja de raiva, frustração ou extrema felicidade”. E foi por meio da paixão pela modalidade que ele fortaleceu a amizade com Arthur Passos, colega de turma no curso de Jornalismo do Centro Universitário UNISAGRADO.

Os amigos viveram boas aventuras juntos, como calouros, no início da graduação em 2020. Com a pandemia da COVID-19 e o isolamento social, as aulas e os encontros presenciais foram substituídos pelas atividades remotas. Mas isso não mudou o afeto entre os estudantes. Tanto que Arthur não se esquece de um jogo do Palmeiras que assistiram por meio de uma vídeo chamada: “Era um confronto do Palmeiras na Libertadores e eu era o único palmeirense no grupo. Eu torcia enquanto todos [me] ‘secavam’. Para a minha sorte, o meu time ganhou esse jogo, mas foi muito legal a ‘resenha’ que tivemos”.

Apesar da pandemia não ter afetado a proximidade entre os amigos do futebol, foi com ela que Guilherme precisou aprender a lidar com uma rotina mais monótona em casa. E mesmo diante de um cenário repetitivo, de tristeza e apreensão, Guilherme encontra forças para se reinventar e lutar por seus sonhos e vontades, é o garoto dos bons ideais de vida.

Essa determinação pode ser confirmada não só por ele, mas por um outro camarada seu também, Matheus Antônio Lima. O colega teve sua amizade florescida com Carnevalli durante o Ensino Fundamental na época em que iam de micro-ônibus para a escola. Para Matheus, o comprometimento de Guilherme é um ponto positivo que reconhece no amigo.

Aliás, Carnevalli gostaria de ser lembrado por ser alguém de caráter, pela pessoa que é e pelo seu percurso e empenho de trabalho.

“G” de garoto dos carros. “G” de garoto dos esportes. “G” de garoto dos bons ideais de vida. “G” de Guilherme Carnevalli.